Por trás de áudios acelerados

9 de jul. de 2022


Não há dúvidas de que as redes sociais e a tecnologia vieram com o propósito de facilitar nossas vidas e nossa comunicação. 
Mas nem tudo é tão simples quando o assunto é esse!
Já falamos por aqui algumas vezes sobre os cuidados que precisamos ter quando passamos a buscar o ideal de felicidade e vida perfeita que as redes nos entregam. E hoje vamos falar sobre outro ponto polêmico e preocupante: os áudios acelerados. 
Talvez você seja adepto deste recurso, e pense que é só uma forma de ganhar tempo. Mas quero convidar você à reflexão.
A ideia central do WhatsApp não é facilitar a comunicação?
Pois bem... então onde foi que perdemos a paciência de ouvir as pessoas?
Ali no território de um dos aplicativos mais populares para comunicação até este momento, a pressa parece ditar as regras.
As mensagens chegam à qualquer hora, e em qualquer lugar, de maneira rápida, instantânea. E com esta mesma velocidade o interlocutor espera a resposta. 
Se ela não chega no mesmo instante, já costuma gerar desconforto, e impaciência.
E agora lhe pergunto: o que há por trás dos áudios acelerados?
Há um "ouvinte" que alimenta um sinal de ansiedade, sem que ao menos se dê conta. Aceleramos os áudios, pois não temos tempo de ouvir o que o outro tem a dizer, pelo menos não no tempo dele. Tem que ser rápido, não podemos perder tempo, precisamos seguir a lógica da otimização do tempo e da alta performance. 
Não nos damos conta de por trás de áudios acelerados, aceleramos a vida!
Fisiologicamente passamos a mensagem à nosso cérebro que é preciso ficar em alerta. E saímos do áudio seguindo a mesma velocidade. 
Corre... Fala rápido... Preciso ir...
Quantas vezes você já se pegou interrompendo a fala do outro em uma conversa? Quantas vezes já parou de ouvir na segunda palavra pronunciada, poisbtinha pressa em responder, quase como se precisasse se livrar daquela conversa?
Não estou aqui condenando o recurso para acelerar áudios, e muito menos você que costuma ativou o 1,5x e o 2x... mas preciso lhe convidar a desacelerar, por alguns minutos, e se questionar sobre o que lhe faz tomar tal atitude e o que sustenta essa aceleração toda!
Cuidado, a alta performance muitas vezes cobra um preço alto, e a exaustão está logo ali "no alto da Montanha da Produtividade Sem Limites" como nos trouxe Alexandre Coimbra... mas sobre isso voltamos a conversar qualquer hora dessas!

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